terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nutrição Enteral

Nutrição enteral



O vídeo mostra a colocação e o posicionamento de uma sonda Enteral, que pode ser visto através de uma endoscopia.

Nutrição Parenteral

A terapia nutricional consiste em uma solução estéril de nutrientes infundida direto na veia (intravenosa), sendo que o trato digestivo não participa do processo.
A Nutrição Parenteral é indicada quando:
* o trato digestivo não está funcionante;
* o paciente precisa de repouso intestinal absoluto;
* há presença de doenças inflamatórias intestinais graves;
* traumas graves.
Existem dois tipos de Nutrição Parenteral, elas são:

°Nutrição Parenteral Periférica
- É administrada diretamente em uma veia periférica;
- Indicada para períodos curtos (uma semana a 10 dias), pois normalmente não atinge a necessidade total do paciente.

°Nutrição Parenteral Total
- É administrada em uma veia central;
- Indicada para períodos longos (maiores que uma semana a 10 dias) - Oferece um aporte nutricional adequado para pacientes que não toleram a dieta via oral ou enteral.


Trecho retirado do site da Nutricionista Dra. Alessandra Coelho (http://www.alessandracoelho.com.br/terapia-nutricional.htm)

Nutrição Enteral

De acordo com a Resolução RDC n° 63, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, de 6/7/2000, nutrição enteral (NE) defini-se como: “alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para o uso por sonda ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou completar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme as necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.”

A Nutrição Enteral é indicada quando:
* o paciente apresentar risco nutricional ou desnutrição, por apresentar ingestão inadequada para suprir suas necessidades diárias: trauma, anorexia, alcoolismo, queimaduras;
* o trato digestivo está funcionante ou parcialmente funcionante;
* o paciente não pode se alimentar: inconsciente, feridas orais, AVC (Acidente Vascular Cerebral);
* o paciente não se alimenta, pois sente dor ou desconforto: doenças gastrintestinais graves, pancreatite, quimo e radioterapia;
* o paciente apresenta alguma disfunção no trato gastrintestinal: fístulas, síndromes de má absorção ou do intestino curto;




Trecho retirado do site da Nutricionista Dra. Alessandra Coelho (http://www.alessandracoelho.com.br/terapia-nutricional.htm)

Biossegurança na fonoaudiologia

O fonoaudiólogo é um profissional que exerce suas atividades em diferentes ambientes de assistência à saúde e deve ter conhecimentos
básicos de biossegurança.
Por biossegurança entende-se “o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes
às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos
animais, à preservação do meio ambiente e à qualidade dos trabalhos” (Teixeira Valle, 1994).
BIOSSEGURANÇA significa : BIO = VIDA + SEGURANÇA. Em um sentido mais amplo , pode ser
conceituada como vida livre de perigos.
MEDIDAS DE SEGURANÇA são ações que contribuem para segurança da vida no dia-a-dia das pessoas que englobam os riscos
físicos, ergonômicos, químicos, biológicos e psicológicos. As medidas de biossegurança relacionadas ao risco biológico constituemse
medidas de controle de infecção.
> As grandes causas de acidentes em ambientes de assistência à saúde estão relacionadas com:
• Instrução inadequada;
• Supervisão ineficiente;
• Mau uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
• Não-observação de normas existentes;
• Práticas inadequadas;
• Planejamento falho;
• Jornada excessiva de trabalho.

Medidas de controle de infecções para fonoaudiologos:

Alguns cuidados pessoais devem ser observados como uma boa higiene pessoal, com rotina sistemática de banho imediatamente
após os atendimentos clínicos. Com relação às unhas, devem ser curtas e preferencialmente sem esmalte colorido ou unhas postiças.
Os cabelos longos devem ser mantidos presos com gorros durante a permanência no ambiente de trabalho.
Devem ser adotados sapatos fechados, roupas que confiram maior cobertura. Jóias outros adornos não devem ser usados durante
o atendimento de pacientes. Eles são considerados fômites pela possibilidade de veicularem microrganismos, que caracteriza risco
de contaminação cruzada.
􀂾 Avental/ jaleco
É um EPI indicado como barreira para proteger a roupa do profissional. Deve ser de cor clara para melhor visualização da sujidade,
de mangas compridas e decote alto. O avental deve ser utilizado exclusivamente no ambiente de trabalho, sendo a troca realizada por
período quando estiver visivelmente sujo. O avental, após sua retirada, deve ser transportado pelo avesso em embalagem plástica.
A limpeza do avental, quando não é feita no próprio estabelecimento de saúde, deve ser separada das demais roupas da família
em recipiente exclusivo.
􀂾 Gorro
O uso do gorro obrigatório para todos os procedimentos que envolvem formação de aerossóis e respingos, e para realização de
procedimentos assépticos na fonoaudiologia hospitalar.
O gorro pode ser descartável ou de tecido deve cobrir completamente os cabelos e orelhas. A troca deve ocorrer a cada atendimento
que envolva procedimentos assépticos.
􀂾 Máscara
Indicada como barreira das vias aéreas superiores, o seu uso deve seguir os princípios de conforto e adaptação. Deve ser descartável e conter três camadas. A troca deve ocorrer a cada atendimento asséptico e quando estiver suja ou molhada. É contra-indicado
permanecer com a máscara ao redor do pescoço entre atendimentos fora do local de trabalho.
􀂾 Óculos de proteção
São indicados para todos os procedimentos que envolvem exposição a gotículas aerossóis. Devem ter protetores laterais, oferecer
conforto, com bom ajuste ao rosto. Os óculos corretivos não substituem os de proteção. Por ser um artigo reutilizável deve ser
submetido à limpeza entre usos.
􀂾 Luvas
Estão disponíveis no mercado luvas de vinil, estéreis e não-estéreis indicadas para os profissionais com hipersensibilidade ao
látex. É contra-indicado o reprocessamento de luvas estéreis de procedimento por qualquer meio. Se a luva perfurar ou rasgar, troque-a
imediatamente. O uso das luvas é uma precaução importante tanto para o paciente como para o fonoaudiólogo.

Informações extraidas do manual de biossegurança

domingo, 28 de novembro de 2010

Laringectomia e a fonoaudiologia.

Laringectomia é a retirada da laringe por patologias como: tumores que afetem as pregas vocais, carcinoma de laringe etc.

O impacto de ser portador de um câncer de laringe e submeter-se a um processo traumatizante como a laringectomia é grandioso. A perda da voz e a sensação de morte eminente repercutem na auto-estima e na vida familiar, social e profissional do paciente. Para amenizar esse sofrimento é ideal que o paciente tenha o acompanhamento do Fonoaudiólogo, antes mesmo da cirurgia, para que tenha todas as orientações sobre as mudanças anatômicas e funcionais que sofrerá, diminuindo assim, sua angústia e tensão e deixando-o preparado para a cirurgia. A reabilitação do paciente laringectomizado se dá através de uma equipe interdisciplinar formada pelo Médico, Enfermeiro, Fonoaudiólogo, Dentista, Psicólogo e Fisioterapeuta. A reeducação da voz dos pacientes laringectomizados pode ter inicio logo após a alta hospitalar, quando o paciente não utiliza a voz laríngea, devido a sua retirada, podendo substituí-la pela voz esofágica, que será produzida pela expulsão do ar vindo dos pulmões passando pelo esôfago fazendo vibrar as suas paredes, emitindo um som. Com treinamento específico através da realização de exercícios esses sons gerarão a voz conseguindo o indivíduo produzir a fala. Para que essa aprendizagem seja eficaz, o paciente necessita além da atuação do Fonoaudiólogo, do apoio e da ajuda da família e dos amigos nesta nova fase, podendo ser um processo demorado, em que a ansiedade e a pressa podem atrapalhar no desenvolvimento. Cabe ao Fonoaudiólogo ensinar os exercícios e apresentar da melhor forma possível a terapia, sendo necessária ao paciente grande força de vontade, persistência, perseverança e disciplina para sua reabilitação.

Por Adriana Maria Feijão de Carvalho – Fonoaudióloga, especialista em voz.

Dúvidas frequentes sobre a laringectomia.

O que é uma Laringectomia total?
A Laringectomia total é a retirada da laringe.

Por que a Laringectomia total tem que ser feita?
A Laringectomia total é necessária por existir um tumor que afeta as cordas vocais (ou partes da laringe).
Após a laringectomia, há uma modificação dos caminhos da condução do ar e da alimentação: a inspiração do ar passa a ser feita pelo traqueostoma (orifício no pescoço). Os aparelhos respiratório e digestivo tornam-se separados e independentes.

Por que tem que haver uma abertura no pescoço?
Essa abertura, chamada traqueostoma, é necessária para a entrada e saída de ar dos pulmões. Após a laringectomia o ar não poderá circular nem pela boca nem pelo nariz, como acontecia antes.

Vou sempre respirar por esta abertura?
Sim, esta é a melhor forma encontrada para facilitar a respiração do laringectomizado total. A via digestiva já não se comunica mais com a via respiratória e, esta abertura definitiva no pescoço, é necessária para manter você vivo.

O que é cânula traqueal?
É um tubo curvado de metal ou de plástico, com uma pequena chapa protetora (para fixação).

Por que devo usar a cânula traqueal?
A cânula impede o fechamento do traqueostoma

Durante quanto tempo precisarei usar a cânula?
Alguns pacientes a usam permanentemente, outros, por um determinado período de tempo. Isto varia de indivíduo para indivíduo de acordo com a cicatrização do traqueostoma. Seu médico saberá o momento certo de retirá-la.

É importante a limpeza com a cânula? Qual a melhor maneira de limpá-la?
É importante manter a cânula limpa por questões higiênicas e para evitar que a secreção nela acumulada traga dificuldades respiratórias. A freqüência da limpeza depende da quantidade de muco acumulado. Lembre-se que é por este orifício que você respira. A cânula pode ser limpa com uma escova cilíndrica, sabão neutro e água corrente, pelo menos uma vez por dia, conforme a ilustração.

Devo proteger a traqueostomia contra a poeira?
Sim, pois a passagem do ar diretamente pelo traqueostoma (sem passar pelas cavidades nasais, onde normalmente é aquecido, umedecido e filtrado) exige o uso de uma proteção para impedir que partículas de poeira ou corpos estranhos cheguem aos pulmões. A traquéia deve ser, portanto, protegida contra poeira com uma cobertura apropriada.

Quais são os sintomas que indicam que há excesso de poeira na traquéia? O que posso fazer neste caso?
Normalmente um acesso de tosse o avisa do excesso de poeira que provoca a irritação. Outro sinal comum aparece através da secreção que, após algumas horas, adquire uma coloração diferente e sua consistência fica mais pegajosa.

Que tipo de protetor poderei usar no traqueostoma?
Uma cobertura (tipo babador) feita de crochê é usada mais freqüentemente. Este protetor deve cobrir o traqueostoma, protegendo-o, sem impedir a passagem do ar.

Qual é a melhor maneira de tomar banho?
É preciso cuidado para não deixar entrar água pelo traqueostoma. Você certamente encontrará uma boa maneira para se proteger. Abaixando a cabeça ou protegendo o traqueostoma com a mão.

Ainda tem dúvidas? Pergunte-nos!

ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA HOSPITALAR E EM HOME CARE

Muito se discute sobre a atuação do fonoaudiólogo no hospital e em Home Care. Quais suas metas, qual a diferença entre o fonoaudiólogo hospitalar e o fonoaudiólogo clínico, qual deve ser a metodologia de seu trabalho e qual o preparo especial este profissional deve ter sobre os outros.
Sabemos atualmente que a Fonoaudiologia está se consolidando e criando uma identidade própria como ciência. O desenvolvimento e expansão são conseqüência direta do sucesso e empenho dos profissionais, que através do trabalho refletem adequadamente a abrangência da fonoaudiologia aos integrantes do corpo hospitalar, além de favorecer benefícios e trazer modernidade ao tratamento.
O espaço do Fonoaudiólogo dentro do Hospital/ Home Care é grande, porém ainda pouco afirmado (ou confirmado?), por ser um novo procedimento, e como tal, ainda pouco divulgado. O âmbito hospitalar/ Home Care ainda encontra-se acanhado ao fonoaudiólogo pela falta de oportunidade dada pelas Instituições, mesmo sabendo que a atuação reduz sensivelmente as perdas e danos que hospitalização trás ao paciente.
O ambiente hospitalar/ Home Care favorece uma série de práticas impossíveis ou dificilmente realizadas fora deste contexto. O trabalho é realizado com o paciente no leito, ainda em breve recuperação e apresentando um quadro, por vezes, grave de algumas patologias. Em alguns momentos o trabalho se inicia com a patologia num estágio ainda agudo, com o paciente fazendo uso de drogas (e seus efeitos), ou então, com ação de sedativos, estando o fonoaudiólogo preparado para dominar estes aspectos e possuir uma visão mais crítica, minimizando erros no diagnóstico.
A diferença primordial do tratamento hospitalar do clínico não se dá pelo ambiente de atuação, mas pelos procedimentos peculiares aplicados na reabilitação, além do manuseio de equipamentos e linguagem diferenciada apresentada. O fonoaudiólogo que atua no hospital/ Home Care se vê obrigado a saber manipular traqueostomias e cânulas, sondas de alimentação enteral, curativos, materiais estéreis, equipamentos (respiradores, oxímetros, encubadoras, aspiradores), sendo alguns detalhes diferenciais, frente ao fonoaudiólogo clínico.
Muito se tem discutido sobre o tema, porém ainda existem poucos estudos publicados. Sabemos da eficácia do programa de atendimento hospitalar/ Home Care e da atuação em massa do fonoaudiólogo dentro destes ambientes em todo o País.
Em estudo realizado no Hospital Dr. José Frota (Ceará), durante o período de fevereiro a março, foram avaliados 50 pacientes, destes, 26 necessitaram de atendimento fonoaudiológico no leito, 18 por acometimento do tipo afasia e 8 por disfagia (MOURÃO & PINTO, 2000). Em outro estudo no supra citado hospital, definiu-se o trabalho do fonoaudiólogo no leito como importante e benéfico, sugerindo mudanças de características na atuação interdisciplinar, beneficiando a população carente e promovendo um maior bem estar ao paciente (LEITÃO & PINTO, 2000).

Outros estudos mostram a importância na atuação do fonoaudiólogo no leito neonatal, enfatizando a necessidade de um rápido e eficiente diagnóstico fonoaudiológico (BORBA, 2000), também em pacientes portadores de disfagia orofaríngea (BORBA & CORREIA, 2000 e BORBA, 2000).

Também vale ressaltar a importância da continuidade do gerenciamento fonoaudiológico, após a alta hospitalar realizada como home care, apostando no gerenciamento como um avanço no tratamento da reabilitação desempenhado por profissionais capacitados, personalizando o tratamento dos pacientes (BORBA, 1999).
Demonstrativos de gastos com apoio ao leito por centro de custos da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, no período de novembro e dezembro de 1999, afirmam a eficácia da fonoaudiologia hospitalar em várias unidades, com otimização e redução direta e indireta dos custos de internação, em comparação a outras instituições que não possuem estes procedimentos. O mesmo estudo mostra a intervenção do fonoaudiólogo nos Serviços de emergência, clínica médica, pediatria, enfermaria de curta permanência adulta, CTI adulta, Unidade Intensiva (UI) e neurocirurgia (PREFEITURA DO RIO, SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 1999). Podemos definir como outra característica do fonoaudiólogo Hospitalar, o entendimento do funcionamento clínico e administrativo do Hospital, com adequação da linguagem e adaptação à metodologia de reabilitação, que neste caso chamamos de gerenciamento fonoaudiológico, podendo dar continuidade e estender seus conhecimentos aos serviços de Home Care, adequando-se a maior transparência do atendimento e características peculiares da atuação.
O fonoaudiólogo realiza um pronto atendimento no leito, com cuidado imediato das seqüelas, além da preparação dos cuidadores e corpo da enfermagem em alguns procedimentos, com imediata melhora ou redução de alguns sinais, para após a alta hospitalar, realizar posterior encaminhamento, caso seja necessário, ao atendimento clínico (LUZ, 2000).No gerenciamento fonoaudiológico (Hospitalar e Home Care), são fornecidos dados de simples aplicação e manuseios técnicos aos cuidadores, que passam a agir de forma intensiva em busca de resultados benéficos e com maior brevidade. Os familiares passam a assumir o papel de cuidadores, se beneficiando com a responsabilidade oferecida, deixando de simplesmente assistir a evolução do tratamento, passando também a compreender ativamente e participar da recuperação. Do mesmo modo, o feedback oferecido ao fonoaudiólogo passará a ser positivo, pois a partir de um melhor esclarecimento e compreensão do cuidador, serão obtidos dados mais fidedignos e com maiores subsídios, ajudando a traçar um melhor prognóstico do caso.
O custo de aplicação do programa de gerenciamento hospitalar é relativamente baixo para a instituição, tratando-se de procedimentos clínicos, ocasionando numa redução direta de gastos com materiais e profissionais especialistas, além de evitar recidivas e promover o controle de infecção hospitalar.
O crescimento e absorção da verdadeira identidade, está se definindo e atualmente o trabalho fonoaudiológico hospitalar e em Home Care, não se restringe a qualidade de vida, mas a manutenção da vida, possibilitando muitas vezes, a diminuição de complicações e redução do tempo de permanência no internamento, o que implica numa redução direta de custos para o mesmo, devido ao aumento de rotatividade e oferta de leitos.
O campo de atuação do fonoaudiólogo cresce a cada dia, renovando seus conceitos e pensamentos, mostrando a real importância da comunicação à sociedade, demonstrando a necessidade do trabalho do fonoaudiólogo, além de abrir novas perspectivas de atuação aos jovens e futuros profissionais.
Atualmente o fonoaudiólogo atua em áreas afins, sendo responsável pela propedêutica de reabilitação nos setores de clínica médica, neurologia, otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço, neonatologia, pediatria, gerontologia, UTI's variadas, CTQ (Centro de Tratamento de Queimados), diagnóstico por imagem, gastroenterologia, genética, entre outros.
A gama de seqüelas atendidas pelo profissional fonoaudiólogo é muito grande, por ser uma área que tem despertado grande interesse dos profissionais. A grande dificuldade se dá, devido à adaptação aos cuidados essenciais utilizados na clínica, unidos a fatores de preservação da integridade e normas de biossegurança hospitalar.
Para estar inserido num ambiente de atendimento a casos mais graves, o fonoaudiólogo, como qualquer outro profissional, necessita de conhecimentos prévios de primeiros socorros, além de noções contra contaminação hospitalar.
Para prevenção das infecções, são necessárias medidas de proteção à contaminação, e controle de transmissão interpacientes. As primeiras medidas de prevenção, foram adotadas em 1700, nos E.U.A., e sua evolução se deu na propagação dos cuidados de antisepsia, em 1860, quando o médico Ignês Semmelweis, propôs após observações no Lying Hospital de Viena, o método de lavagem das mãos, que é até hoje a prática mais importante (MARQUES, 1999), utilizada e difundida pelos profissionais de saúde, devendo o fonoaudiólogo se adequar mais intensamente a estes procedimentos ao se inserir no campo..
Ao fonoaudiólogo cabe adotar regras pré-existentes nos hospitais, seguindo a risca todas as medidas, tendo consciência que a prevenção deve ser realizada pelo tipo de procedimento utilizado e modo de contágio das doenças, além da correta desinfecção dos materiais e lavagem das mãos pré e pós-atendimento de cada paciente.
Atualmente é crescente o número de Serviços de Fonoaudiologia Hospitalar bem definidos, diferindo-se em perfis de abrangência de atuação, formas de vínculos empregatício e especialidade em que está inserida. A Equipe de Fonoaudiologia trabalha exclusivamente com procedimentos peculiares à área.
Não pode ser esquecido que o objetivo maior do tratamento fonoaudiológico, seja no hospital/ domicílio ou no consultório, deverá ser sempre de (re)introdução do paciente na sociedade. Todo o respeito do trabalho fonoaudiológico, só pode ser definido através da atuação e interdependência de centros hospitalares modernos e integrados com o presente, além de empresas de Home Care que cultivam o bem estar dos seus pacientes, que tenham o desejo mútuo de crescer e se sobressair sobre os concorrentes com um vantajoso diferencial, nunca esperando o tempo passar, sempre pensando no bem estar do paciente internado, unido ao retorno financeiro à instituição.

por BORBA, J. - Fonoaudiólogo


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Manobras facilitadoras.

'As manobras facilitadoras e posturais são de grande valia na reabilitação do paciente disfágico, já que parte do treino de retomada da alimentação por via oral será baseado nas manobras que se mostrarem mais efetivas. É importante ressaltar que a chave do sucesso de uma manobra está na seleção da postura que se ajuste à anatomia e fisiologia do indivíduo (Logemann27 et al. 1993).

MANOBRAS FACILITADORAS

a. Manobra supraglótica
Tem como objetivo proteger as vias aéreas maximizando o fechamento das pregas vocais antes e durante a deglutição, tentando assim evitar a aspiração. Sua execução consiste em inspirar, segurar a respiração, deglutir com a respiração presa e tossir imediatamente após a deglutição (Logemann26 et al., 1990 Martin31 et al., 1993).Segundo 26 et al. (1990), essa manobra auxilia pacientes com fechamento reduzido ou tardio de pregas vocais, favorecendo assim uma alimentação segura.

b. Manobra super supraglótica
Tem como propósito proteger a via aérea maximizando o fechamento das pregas vocais e pregas vestibulares. Sua execução consiste em solicitar uma inspiração, segurar a respiração, deglutir com esforço e tossir após a deglutição (Martin31 et al., 1993).

Para Logemann28 1997), essa manobra promove a proteção das vias aéreas da aspiração pela utilização voluntária do fechamento aéreo prolongado, seguida de expiração forçada, e tem sido usada em pacientes disfágicos que apresentam sintomas de penetração laríngea ou aspiração antes ou durante a deglutição, particularmente os que tiveram laringectomia supraglótica.

c. Deglutição de esforço
Auxilia no clareamento do bolo em valécula devido ao aumento do movimento posterior de base de língua durante a deglutição faríngea, favorecendo assim maior segurança durante a alimentação (Kahrilas20 et al. 1992). Segundo Pouderoux36 et al (1995), aumenta a pressão na fase oral, facilitando a ejeção do bolo em direção a fase faríngea.Baseados nessas observações, Chaudhuri7 et al (2001) desenvolveram um estudo prospectivo para avaliar o efeito cardiovascular das manobras supra e supersupraglóticas em pacientes com disfagia decorridos de AVC. Em seu estudo, observaram que as manobras supraglótica e supersupraglóticas utilizadas na reabilitação do idoso disfágico mostraram ser um método que pode provocar efeitos cardíacos importantes sugerindo inclusive que essas manobras não deveriam ser utilizadas em pacientes que sofreram AVC, especialmente com história de arritmia cardíaca, ou doença na artéria coronária, infarto agudo congestivo ou hipertensão não controlada.

Donzelli15 et al (2004) observaram que seria importante avaliar as manobras de proteção de vias aéreas supraglótica e supersupraglótica, através do exame de nasofibroscopia e seus efeitos sobre a apnéia das pregas vocais em adução e sua implicação para uma deglutição segura. Observaram 150 voluntários, entre 13 e 91 anos, com habilidades cognitivas para compreender as solicitações verbais e sem história de problemas neurológicos, déficits espinhais ou disfagia. Concluíram que essas manobras são efetivas para manter o pleno fechamento laríngeo em adultos saudáveis que demonstraram risco de aspiração antes e durante a deglutição.

MANOBRAS POSTURAIS

a. Cabeça para baixo /flexão de cabeça
Para Logemann27 (1993), a manobra de cabeça para baixo aumenta o espaço valecular, levando assim à melhor proteção de vias aéreas. Auxilia também no fechamento do vestíbulo laríngeo (Ekberg16, 1986).

Durante a deglutição, a cabeça para baixo estreita significativamente a entrada da via aérea, direciona a base da língua e a epiglote em direção á parede posterior da faringe, aumentando a pressão da passagem do alimento Shanahan41 et al. 1993 Welch44 et al., 1993). Essa manobra reduz a distância laringohióidea e hiomandibular. Em pacientes que apresentam deficiência na função faríngea e com fechamento laríngeo ineficiente podem apresentar risco de aspiração (Bülow4 et al., 1999).

Logemann29 2000relatou que essa manobra promove um melhor contato da base da língua com a parede faríngea, posicionando a epiglote em contato com a parede posterior da faringe, aumentando assim, a proteção das vias aéreas.

Para Bülow5 (2001), a manobra de cabeça para baixo não se mostrou eficaz em pacientes com moderada a severa disfagia na fase faríngea, não impediu episódios de aspiração/penetração, manteve a retenção faríngea e continuou com fraqueza da contração faríngea.

b. Manobra de cabeça para trás / hiperextensão de cabeça
Para Logemann27 (1993), essa manobra facilita a drenagem gravitacional do alimento em direção faringe, melhorando a velocidade do trânsito oral. Embora essa manobra seja utilizada em pacientes com comprometimento na fase oral da deglutição, propicia risco de aspiração em pacientes com proteção prejudicada de vias aéreas Ekberg16, 1986 Martin31 et al. 1993 Ohmae34, 1996).

Logemann29 (2000), posteriormente, admitiu que para maior segurança durante a alimentação do paciente que estivesse utilizando a manobra de cabeça para trás, associá-la à manobra voluntária supraglótica, antes e durante a deglutição, minimizaria assim riscos de aspiração.

c. Cabeça virada para o lado comprometido / rotação de cabeça
Durante a administração da dieta alimentar, essa manobra favorece a condução do alimento para o lado mais forte, auxiliando também o fechamento da laringe e protegendo a via aérea (Logemann 25 et al., 1989 ).Segundo Logemann26 et al. (1990), auxilia indivíduos com paresia faríngea unilateral, direcionando o bolo durante a deglutição para a hemifaringe funcional. Observou mais tarde que essa manobra promove pressão sobre a prega vocal comprometida, movendo-a em direção à linha média, facilitando o fechamento da via aérea durante a alimentação Logemann29, 2000).

d. Cabeça inclinada para o lado não comprometido / inclinação de cabeça
Essa manobra auxilia na descida do alimento pelo lado mais eficiente (Logemann27, 1993). Observou mais tarde que essa manobra auxilia pacientes com disfunção unilateral de língua, associadas a desordens faríngeas Logemann29, 2000).'

(Trecho retirado da Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. v.9 n.3 Rio de Janeiro 2006 - Deglutição e envelhecimento: enfoque nas manobras facilitadoras e posturais utilizadas na reabilitação do paciente disfágico)
Artigo na íntegra: http://www.unati.uerj.br/tse/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1809-98232006000300007&lng=pt&nrm=iso



Este vídeo exemplifica com clareza a importância da ação multidisciplinar no tratamento da disfagia. Vale a pena conferir!

Dificuldade para deglutir - Disfagia

1. O que é Disfagia?
A deglutição é um mecanismo neuromotor complexo que resulta no transporte efetivo do alimento da boca até o estômago, não permitindo a entrada de alimentos na via respiratória (pulmão). Quando esse mecanismo encontra-se alterado, ocorre a disfagia, que pode ser definida como uma dificuldade em deglutir alimentos, líquidos e/ou saliva.

2. Quais são os sintomas da disfagia?
A disfagia pode manifestar-se por vários sintomas clínicos como: dificuldade de mastigação, ausência de resposta para o alimento na boca, atraso para iniciar a deglutição, regurgitação nasal de alimentos, escape de alimentos e/ou saliva pela boca, pigarros, tosse e/ou engasgos durante as refeições.
A presença de alguns desses sintomas, como a tosse, pigarros e /ou engasgos podem estar relacionados à aspiração laringotraqueal, que é caracterizada como a entrada parcial ou total de alimentos na via respiratória (pulmão), podendo existir risco de pneumonia e, também, morte por asfixia. Alguns pacientes podem apresentar quadro de aspiração silenciosa, que é à entrada de alimento ou saliva nas vias aéreas, atingindo os pulmões, sem a presença desses sinais clínicos.
Outros sintomas comuns e conseqüentes a disfagia são a desidratação, a perda de peso, o aumento de secreção nos brônquios e pneumonia.

3. Quais são as causas da disfagia?
A disfagia não é considerada uma doença por si só, mas um sintoma de alguma alteração, podendo afetar crianças, adultos e principalmente idosos. As causas mais comuns são decorrentes de doenças neurológicas como o Acidente Vascular Cerebral (derrame), o traumatismo craniano, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, a paralisia cerebral, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, as distrofias musculares e o câncer de cabeça e pescoço. A disfagia também pode ocorrer pelo envelhecimento natural das estruturas envolvidas na deglutição (lábios, língua, bochechas, etc), pelo uso de próteses dentárias mal adaptadas e após longos períodos de entubação.

4. O que fazer na presença dos sintomas da disfagia?
O trabalho com a disfagia deve ser multiprofissional, ou seja, em conjunto com médicos, enfermeiros, nutricionistas e fundamentalmente fonoaudiólogos, que são especialistas na reabilitação do processo de deglutição.
O fonoaudiólogo é o profissional indicado para realizar o diagnóstico, o prognóstico e a reabilitação da disfagia, evitando complicações e auxiliando no prazer alimentar e social do indivíduo, bem como melhorando a sua qualidade de vida.

5. Algumas orientações
- Alimente-se sempre sentado;
- Coma devagar, sem pressa;
- Tome os líquidos gole a gole, em volumes pequenos;
- Mantenha sempre a prótese dentária bem adaptada;
- Se estiver oferecendo o alimento à outra pessoa, ofereça devagar, em volumes pequenos, aguarde a deglutição para a próxima oferta;
- Na presença dos sintomas da disfagia, converse com o seu médico para que ele indique a avaliação de um fonoaudiólogo especialista.

Colaboração: Dra. Anna Flávia Ferraz Barros Baroni, médica fonoaudióloga.


fonte: http://www.knobel.com.br/site/disfagia-%E2%80%93-dificuldade-para-deglutir/